Uma professora segura bebê de aluna para ela estudar e foto viraliza

A professora Bruna Porto, 26, apareceu em uma foto, segurando o bebê da aluna, adolescente, para que ela pudesse estudar, e a foto viralizou nas redes sociais.

A criança é filha da estudante L. J. A., de 16 anos, aluna da professora de filosofia Bruna Porto da Cunha. Elas são de Barra do Garças (MT).

Bruna, contou que também engravidou cedo, com apenas 19 anos, e só faz pela aluna o que gostaria que tivessem feito por ela. Mesmo com muitas dificuldades, na época, ela não desistiu dos estudos.

Em um post, ela escreveu:

“Esta no meu colo é Maria Alice, filha de Larissa. Larissa que não aparece na foto, está no 2º ano do ensino médio. Se tornou mãe ainda estudando, e tomou uma decisão muito difícil: ou deixava os estudos para cuidar da filha, ou a levava para a escola para poder melhorar seu futuro. A decisão de Larissa é nobre, é forte, é exemplar. Encheu meu coração de amor, que ao entrar na sala, a primeira coisa que eu quis fazer foi segurá-la para a mãe realizar suas atividades”, escreveu a professora no post autorizado pela família da aluna.

O desafio

É sabido que, engravidar na adolescencia pode prejudicar todo o futuro de uma adolescente. Só o fato dela ter coragem de levar o bebê para a escola, já é um desafio, porque muitas outras, decidem parar de estudar porque acham que não serão capazes de estudar com o bebê em sala de aula.

A professora Bruna conta que quando entrou na escola, viu a bebê, de apenas 4 meses, no carrinho. Na sala de aula, Bruna passou uma atividade para os alunos e, ao ver que a estudante estava um pouco incomodada, resolveu ajudar.

“Ela havia acabado de amamentar, vi que colocou a filha no carrinho para fazer o que se pedia, mas seus olhos e preocupação estavam na bebê, então, decidi ficar com ela no colo para que a mãe pudesse realizar sua atividade com mais calma. Como a disciplina de filosofia, infelizmente, dura somente uma aula, a aluna não tinha muito tempo para fazer as duas coisas ao mesmo tempo”, explicou a professora.

Aquilo foi uma surpresa para a aluna, que sorriu aliviada ao ver tanto carinho.

“Quando nós, professores, demonstramos apoio e solidariedade, conseguimos passar confiança e força para essa mãe seguir em frente”, disse a docente Bruna Porto em entrevista à CRESCER.

A foto que sensibilizou as redes

A professora decidiu postar a foto no Instagram para motivar outros professores a fazer o mesmo e para incentivar as alunas a não desisitir dos estudos. Mas ela não imaginava que a foto viralizaria em pouco tempo. Ela então escreveu:

“Jamais imaginei essa repercussão toda, tampouco os tantos relatos que recebi de outras mães que passaram pela mesma situação e venceram. Na verdade, minha página do Instagram tem de tudo um pouco, maternidade, educação, filosofia e humor”, declarou professora de filosofia.

“Eu sempre tive em minha cabeça que por qual profissão eu estivesse, queria mudar a vida das pessoas. Me encontrei na docência e descobri o lugar perfeito para fazer a diferença”, afirmou.

Uma mãe em apuros

Essa foi a primeira vez que Bruna contou com a presença de um bebê na sala — e também a primeira vez que a aluna levou a filha para a aula de filosofia.

A professora não viu problema em manter a criança na classe.

“Ela leva a filha no carrinho, tem tudo que é necessário para passar a manhã com a menina na escola”, explica Bruna.

Ela defende que todo apoio (e empatia) é muito importante.

“Quando somos mães, nossos corações afloram ainda mais ao ver outra mãe se esforçando para conciliar tudo. Claro, se o bebê não estiver bem, chorando e eu vendo a mãe tensa com a situação, libero da minha aula para que ela possa se resolver sem sair prejudicada”, comenta.

Para ela, a postagem foi uma forma de levar a discussão do público um problema comum: a gravidez na adolescência.

“Quis relatar o problema que as meninas sofrem com a gestação precoce, a falta de apoio para elas. Os dados da evasão escolar que cresce em nosso país e o quanto o incentivo pode fazer a diferença. Eu, como mediadora entre alunos e os estudos, não poderia fazer diferente”, disse Bruna.

Quando uma adolescente vira mãe, ela não deveria ter que deixar os estudos, mas não é isso o que acontece de verdade.

“Há de se averiguar por qual real motivo a mãe tem a necessidade de levar um filho para a escola. É um relacionamento abusivo? Tem apoio da família? O pai da criança é presente?”, acrescentou.

A professora disse que a evasão escolar acontece com a gravidez na adolescendia pela falta de apoio e de incentivo.

“Uma situação triste, sinônimo de falta de amparo. O estudo é uma das únicas garantias que uma mulher tem para poder sustentar seu filho de forma mais adequada no país em que vivemos”, pontuou.

“Não há lei que ampare essas mães de levarem seus filhos para a escola, então cabe ao bom senso de cada instituição escolar e professores para apoiar essas mães. Quando nós, professores, demonstramos solidariedade, conseguimos passar confiança e força para essa jovem seguir em frente”, defende.

Ela conta que também sofreu muito quando engravidou aos 19 anos.

“Fui mãe no meio da faculdade (Bacharel em Direito na UNEMAT), engravidei aos 19, meu filho nasceu aos 20, tive que trancar e começar outra faculdade a distância (Licenciatura em Filosofia), principalmente por essa insegurança de ter que conciliar estudo e maternidade”, conta a docente.

A insegurança é muito forte, tanto porque a jovem não sabe como será o futuro, quanto porque o fato de ser mãe, já é um grande desafio.

“Devemos mostrar que um filho só tende a somar, que ele pode ser ainda mais um incentivador de sua história. Hoje em dia, ter filho significa ter uma responsabilidade e um peso horrível, e nós podemos provar que não é bem assim”.

De acordo com dados fornecidos pela revista Crescer, entre essas jovens que abandonaram a escola precocemente, mais de um terço delas (o equivalente a 212 mil) já eram mães. Entre as 4,2 milhões de mulheres que ainda estavam estudando, apenas 95 mil já eram mães — 2% do total das que ainda estudavam.

O que se pode fazer para ajudar essas jovens? Além de um trabalho de educação e conscientização a respeito do cuidado e do uso do preservativo, essas jovens precisam ser acolhidas e incentivadas a continuar os estudos, caso venham a engravidar.

O apoio a essas jovens mães é fundamental para que elas consigam continuar a estudar para buscar um futuro melhor para elas e para os seus filhos.

*DA REDAÇÃO SAG.

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