Você está sofrendo. Você ainda está sofrendo. Você ainda não superou a dor de todas as coisas que aconteceram com você e que ainda pairam sobre sua cabeça como um presságio terrível. Você está bem alguns dias, mas na maioria das vezes, você sente como se estivesse lutando contra uma força não identificável mais escura em algum lugar lá no fundo e é evidente que você sente um aperto no peito.

Você acha que já deveria ter mudado e, em dias bons, sente que seguiu em frente.

Você diz: “Eu não vou deixar o passado definir o meu hoje”, e você está satisfeito. Você acha que pode se sentir melhor apenas dizendo afirmações positivas. E elas, relamente fazem você se sentir um pouco melhor. As vezes.

Mas a dor ainda está lá.

Se você sentir profundamente e pensar bem, você sabe que não está realmente bem. TEm algo que você está cansado e você quer se curar, mas você não sabe se seguir em frente é possível.

Você se sente traumatizado por todos os caminhos errados que você tomou, todos os contratempos que você experimentou, todas as palavras ofensivas de pessoas que você achava que poderia depender, e vive o medo incapacitante de nunca mais compensar todas as formas que isso causou.

Você sente que ficou para trás. Você está inquieto, mesmo quando está morto de cansaço. Você não sabe como pode enfrentar o dia.

Você finge um sorriso aqui e ali, mas nunca consegue olhar nos olhos. Você ainda está com medo. Você ainda está preocupado. Você ainda está triste.

Você confia em algumas pessoas. Você escreve sobre isso. Você está sendo honesto com sua ansiedade e depressão… porque fingir que não sente dor é pior para a sua saúde mental, do que simplesmente deixar tudo de lado.

Algumas pessoas o ajudam. E você é grato por eles.

Mas de alguma forma, sempre há pessoas que reviram os olhos e dizem: “Apenas supere isso”.

Essas pessoas descartam sua dor e a igualam a dor de muitos outros, como um “problema do primeiro mundo”.

Elas dizem que superaram circunstâncias ainda mais difíceis do que você e são rápidas em apontar que há bilhões de pessoas ao redor do mundo que não têm todos os recursos que você tem e que você deve ser grato e não se preocupar em reclamar.

Eles dizem para você crescer e não se mimar com seus sentimentos mesquinhos.

Eles dizem que você está exagerando e que sua dor é menos válida do que a dor de outras pessoas.

Eles contam histórias de fulano de tal e como essa pessoa a teve ainda pior do que você e está indo tão incrivelmente bem hoje.

Eles dizem que endurecer é a única solução e eles não se importam se você tem que se intimidar para fazê-lo.

Você se sente culpado por sentir dor. Você acha que, por sua dor ser rotulada como bobagem trivial e auto-indulgente, você não importa.

A culpa engana você e te faz pensar que você deve estar indo muito bem e diz que é melhor você parar de sentir pena de si mesmo. Então você repete as palavras de todas as pessoas que acham que sua dor é apenas uma desculpa para fazer uma cena de vitimização. Mas logo percebe que eles estão errados.

É insensibilidade deles comparar sua dor com a de outras pessoas.

É totalmente cruel da parte deles esperar que você esteja bem só porque sua vida não parece tão ruim quanto as outras pessoas na superfície.

Eles não têm o direito de menosprezar sua dor. Eles não têm o direito de dizer que você está apenas procurando por atenção. É terrivelmente rude chamá-lo de imaturo por demorar tanto para se recuperar. Você não deve ser ridicularizado só porque está sentindo dor de uma forma incomparável à de outra pessoa.

Você está autorizado a sentir o que sente.

Não deixe ninguém banalizar! Seja o que for que você esteja passando, sua dor é válida e suas experiências não são menos significativas do que as de outra pessoa.

Você tem permissão para desacelerar e levar o tempo necessário para curar, porque é impossível acelerar o processo de cura e se sentir completamente curado no dia seguinte.

Porque sentir dor não é uma competição feroz para ver quem está pior, e a cura não é uma corrida para ver quem chega primeiro.

Não existe um sistema de medição específico que invalide o nível de trauma que alguém passou. Esse tempo não existe.

Toda dor é válida e todos lidam com isso de maneiras diferentes.

Sua história é única. E a maneira como você se cura pode não atender às expectativas de alguém, mas isso não significa que você deva se torturar por isso.

Só você pode identificar o que lhe causa sofrimento. Só você pode sentir a intensidade da dor interior. Só você pode se curar quando realmente se sentir pronto. Só você percebe que a cura exige tempo e esforço. Ninguém mais pode assumir ou julgar nada sobre o que não pode sentir ou entender.

Eles podem tentar derrubá-lo e esmagá-lo desmerecendo sua dor e fazendo que você sinta uma culpa esmagadora, mas só você tem o poder de se levantar e se recompor.

Porque você é importante.









Christine é uma escritora minimalista que defende a autoconsciência e o bem-estar holístico. Ela adora ler, escrever no diário, fazer web design, fazer listas, músicas de cantores e compositores, café e matcha. Seu livro de poesia será lançado no início de 2019.