Quem fala muito mal dos outros, geralmente é uma pessoa muito insegura com a própria vida. Ao levantar todas as falhas alheias, ela sente que diminui a carga negativa dos próprios erros, e se coloca em uma posição de mentora, aquela que tudo sabe.

Ou seja, a pessoa que se vicia em analisar a vida dos outros pelo viés negativo, pelo menos enquanto critica o outro, se sente melhor do que alguém, no caso, o alvo da crítica. Mas essa necessidade revela uma forte insegurança e pode se tornar um vício.Principalmente quando a pessoa cria o hábito de falar mal pelas costas.

Já parou para pensar porque muitas pessoas falam mal ou reclamam dos outros pelas costas?

Quando julgamos a vida alheia, nos colocamos acima dos outros. Acreditamos que somos diferentes, e que jamais faríamos aquelas escolhas que julgamos erradas.

Há quem sinta um prazer quase primitivo em ver alguém sofrer ou falhar.

Pensam: “Antes ela do que eu!”.

É como se, quando o outro se prejudica, se sentissem aliviados, por ter acontecido com o outro, e não com eles.

A necessidade de autoafirmação fica evidente quando nos colocamos como juízes dos acontecimentos alheios.

A reclamação constante pode ser uma máscara para pessoa que se posiciona com propriedade intelectual e que busca assim, notoriedade, e respeito. Mas não deixa de ser um sinal de insegurança, de quem busca mascarar os próprios medos mais profundos.

A busca por segurança e as certezas enraizadas leva ao hábito nocivo de reclamar daquilo que acredita-se destoar das escolhas que, quem julga, faria.

Erroneamente creem que o que é bom para eles, será bom para os outros, mas como somos seres diversos, é certo que não seria.

Geralmente, quem fala mal da vida alheia com alguém de confiança, busca uma concordância para que reafirmem as suas próprias crenças, mas se realmente precisam de aprovação é porque ainda não estão certos daquilo que afirmam, mesmo demonstrando que estão. É nesse ponto que demonstram a insegurança que sentem.

Ansiosos, com medo do que possa vir a acontecer em suas próprias vidas, falam mal, e julgam precipitadamente.

Como se sentem inseguros com as suas próprias ações, mas querem passar a impressão de que são seguros de si, desviam os olhos da própria vida, e direcionam o olhar para vida dos outros, para fugir da pressão interna que fazem em si mesmos.

E quase sempre acreditam piamente que a decisão que tomariam se estivessem no lugar do outro, seria sempre mais adequada. Mas esse julgamento é uma grande ilusão, fruto do ego e da vaidade que querem se mostrar superiores. E da necessidade de se projetar como alguém mais apto, mais capaz.

Quando falamos mal de alguém, acreditamos que temos experiência e sabedoria suficientes para indicar o melhor caminho, e se ele nos ouvisse, teria o sucesso que tanto almeja. Um ledo engano!

Ao acreditar nisso acabamos mergulhados no vício existencial da necessidade de julgar.

Quem fala muito mal da vida alheia possui pouco tempo para avaliar a própria vida. E talvez seja esse o seu objetivo.

A sua vida pode ser muito sem graça, as suas atividades talvez já não causam tanta excitação, enquanto a vida do outro parece mais atrativa e interessante, mesmo que não confesse isso abertamente.

Todos erramos em dado momento, e não gostamos que falem mal ou apontem os nossos erros, então porque apontamos constantemente o erro dos outros?

Quando descobrimos que somos tão falhos e frágeis quanto o outro, ficamos mais a observar do que a falar.

Observando as escolhas, as tomadas de decisões e as consequências sobre a vida de quem assim decidiu fazer, aprendemos com elas.

Observar sem levantar uma opinião a respeito é uma maneira mais inteligente e mais eficaz, de aprender.

Do engano do outro tiramos nosso aprendizado. Mas poderíamos aprender ainda mais se reparássemos mais atentamente em nossas próprias falhas diárias, e nos contentássemos em arrumar as arestas das nossas próprias vidas. Tentando assim compor nosso próprio repertório, sem a necessidade de montar nosso quebra cabeças com peças emprestadas.

As relações humanas são permeadas de trocas. E falar mal não é uma troca saudável.

Quando criticamos, e nos rendemos ao vício de constantemente ter que avaliar as ações dos outros, nos tornamos igualmente alvos de críticas, e inevitavelmente, existirão aqueles que nos julgarão da mesma forma.

Se pensarmos que também estamos sendo observados o tempo todo por pessoas que também não concordam com as nossas escolhas, e que possivelmente falam mal e nos criticam pelas costas, passamos a sentir o gosto amargo da análise superficial que, de vez em quando, fazemos.

Estamos todos na mesma trajetória, numa estrada larga e possível de surpresas- boas ou ruins.

Somos frustrados pelas nossas expectativas, mas também causamos frustrações. Somos todos elos. No entanto, alguns são elos de ligação e outros de separação.

Sejamos ponte e não muro!

Quem fala mal por puro gosto sádico ou narcisista, está construindo um muro, uma divisória entre ele e o outro, como se nunca tivesse errado, demonstrando assim a sua intolerância e falta de empatia.

Criticar as pessoas pelas costas nada nos acrescenta, e ao alvo da crítica, muito menos, visto isso, essa mania de falar, mesmo sem ter sido solicitado, é basicamente um vício de má conduta social.

O que de melhor oferecemos ao outro durante a travessia da jornada, é o nosso tempo. Algo raro, caro, que se esgota e não retorna.

Ao invés de falar mal pelas costas, que tal oferecer um tempo de qualidade a essa pessoa?

Ofereça sua escuta se for solicitada, opine com parcimônia no sentido de sugerir para a pessoa uma possível solução para o seu empasse, se você achar alguma, senão, apenas lhe dê um ombro amigo, e um “conte comigo se precisar”.

Podemos ser espelho, mas também seremos o reflexo daquilo que sai da nossa boca.

As palavras que proferimos dizem mais sobre nós do que sobre os outros.

Que nossa boca carregue falas construtivas, que nosso olhar lance amparo, que nossos braços acolham e que nossos pés caminhem e deixem um rastro a ser seguido de exemplo e superação.

Mas que jamais queiramos ser exemplo forçosamente, nos impondo como se melhores fossemos, na petulância de quem se sente superior e por isso se sente no direito de julgar e condenar os atos alheios.

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.