Manifesta-se quando o seu modo de entender e viver a religião não se traduz em boa saúde psicológica e espiritual.

No meu consultório, eu assisti pessoas cujo problema está claramente relacionado a uma noção equivocada de religiosidade, em que seu comportamento se afasta do que é considerado comum para outras pessoas, ou mesmo na maneira de perceber o mundo que o envolve, como em seus afetos e relacionamentos interpessoais.

Essas pessoas que dentro do templo assumem certos papéis que não condizem com a sua personalidade no dia a dia, realmente se sentem “alguém”, em um mundo estranho àquela outra personalidade que não é real, e que corre paralelamente, pode se tornar um grave transtorno.

Esse é o seu problema.

Isso se manifesta quando seu modo de entender e viver a religião não se traduz em boa saúde psicológica e espiritual própria e familiar, quando, paradoxalmente, o termo religião significa tornar-se mais religioso ou unir-se à fonte de vida que só pode vir do criador. Pregar a verdade, como a maneira mais prática de crescer como pessoas e ser feliz.

Nas primeiras sessões, sem reconhecê-lo, costumam invocar na menor oportunidade, seu conhecimento sobre sua fé, sua assiduidade em adorar, grupos de oração, a prática constante de rituais, em um esforço para tornar conhecido o que afirmam ser: suas convicções religiosas.

Eles destacam certos recursos, como:

Sua religiosidade é baseada em práticas externas, e não na necessidade de amar com as suas obras.

Eles não consideram ter que ter bom coração para aceitar completamente os outros, perdoar, entender, lutar contra seus defeitos … ser gratos. Ir semanalmente cultuar seu Deus é o suficiente!

Não tendo o sustento das virtudes humanas, nessas pessoas, as virtudes espirituais não deixam de ser virtudes raras.

Alguns relatam que quando nos dias de culto, ou missa, ou como chamam seus rituais, conseguem esquecer alguma forma de solidão, bem como suas próprias necessidades emocionais não resolvidas … mas, também esquecem muitas de suas principais responsabilidades na família, negligenciando suas necessidades educacionais, emocionais, físicas e econômicas.

Há quem busque dessa maneira uma posição de ancestralidade sobre os outros, começando pela família, para a qual eles exigem exatamente o que não estão dispostos a fazer.

Outros tentam obter um prestígio que não possui no terreno profissional ou social, através da mediocridade e incompetência, galgando espaço dentro da sua Igreja.

Não faltam aqueles que esperam que Deus resolva seus problemas e concedam tudo o que precisam através de um milagre místico e autopiedade.

E aqueles que, por um espírito fraco, buscam um ambiente de segurança psicológica onde seu papel é aceito e reconhecido, independentemente de sua falta de caráter verdadeiro.

Esses erros inevitavelmente acabam se tornando um fator de desintegração na família, onde as relações de uma comunidade de vida e amor são desnaturadas e distorcidas, uma vez que a confiança, espontaneidade e alegria que devem marcá-los, são afetadas pelas afetações de uma pessoa com uma falsa religiosidade.

Pelo contrário, seja qual for a forma de credo, a verdadeira fé une a família, e a melhor maneira de transmiti-la é dar um testemunho na vida daqueles que educam e mostram seus valores, crenças e preceitos morais. Ou seja: dar o exemplo!

E a partir dessa perspectiva, é necessário fazê-los entender que devem esclarecer a razão e fortalecer a vontade na aquisição de virtudes humanas que as tornarão pessoas melhores e, a partir dessa perspectiva, amar verdadeiramente a Deus, a si, e aos outros.

Há uma incoerência naqueles que evitam o encontro com Deus na vida cotidiana, mas correm ajudar o templo nas práticas regulares e adequadas de sua piedade.

Esses devem entender que a verdadeira fé fortalece, libera e desenvolve qualidades humanas, porque o bem que você busca, mesmo que seja caro em termos de esforço, é sempre um bom investimento.

O mal, por outro lado, é muito barato, é até agradável na superfície da alma.

Mais cedo ou mais tarde, porém, termina em algo ainda mais caro que acaba hipotecando a vida toda.

Essas pessoas são esclarecidas por mim que com fé ainda são pessoas normais cujo corpo, saúde psicológica e espiritual devem desenvolver três características fundamentais:

1- A proximidade com Deus deve ser a grande causa raiz de seu otimismo, sempre buscando adquirir virtudes humanas e espirituais.

2- As alegrias, provações e sofrimentos encontrados no meio do mundo, possuem à luz da fé uma eloqüência que aqueles que não crêem não conseguem capturar.

3- A vida sem fé seria como uma piada cruel que pode terminar um dia, quase sem aviso prévio. Contra esse sentimento, eles têm que sua alma, sua verdadeira essência, nunca morrerá e devem cultivar a virtude da esperança.

4- Os desequilíbrios que fadigam o mundo e geram tantos distúrbios estão ligados a outro desequilíbrio fundamental que afunda suas raízes no coração humano, quando se afasta de Deus ou o procura de maneira errada.

Portanto, a religião pertence à mesma essência do homem, sendo um guia insubstituível, pois, sem fé verdadeira, sem ações bondosas cotidianamente, deixando a razão proferir e agir de maneira maldosa, até aquele que se considera o melhor religioso poderá se perder.

*Via Aleteia. Tradução e Adaptação REDAÇÃO Seu Amigo Guru.









Viva simples, sonhe grande, seja grato, dê amor, ria muito!