O que faz uma pessoa matar a outra não é o acesso a uma arma de fogo, não. É um coração repleto de ódio. Quem está disposto a cometer um assassinato vai fazê-lo de qualquer forma.

Com revólver, faca, machado, tesoura, bomba, veneno, corda, carro desgovernado, chute, paulada. Com as próprias mãos! Não importa a arma. O que mata é o ódio, a falta de amor num coração disposto a fazer o outro sofrer. Não a arma utilizada.

Podem armar o mundo! Distribuir beretas, três-oitões, automáticas, metralhadoras e afins em filas quilométricas! Facilitem a compra de munição em doze vezes no cartão!

Exponham rifles e espingardas nas feiras livres!

Ensinem as crianças a manejar fuzis em aulas práticas nas praças públicas.

Entupam a indústria armamentista de dinheiro! Façam a festa dos traficantes de revólver! Pronto! Mas acreditem: o que aí está não há de ficar melhor. O problema não é o excesso de pessoas armadas. É a escassez de amor entre elas.

Enquanto não existir o mínimo de amor entre nós, seres humanos, nós seguiremos nos matando uns aos outros. É assim que é.

Seja você contra ou a favor da posse e do porte de arma, vai continuar assistindo a matanças em todo canto até que o mundo acorde para o óbvio descarado: sem amor, ter ou não ter um revólver na cinta não faz a menor diferença!

É só o amor, minha gente! Só o amor vai nos salvar da morte violenta e coletiva. Amor a queima roupa, disparado aos quatro cantos!

Amor que bate indefensável, amor irrefreável que nos pega de surpresa à luz do dia ou na calada da noite.

Amor que explode em um milhão de beijos estilhaçados por aí, que atinge o desavisado e o atento, o aplicado e o preguiçoso, o falastrão e o calado, o rico e o pobre, o preto e o branco, o vermelho e o amarelo. Amor de alto calibre, de imenso poder construtivo. Amor peso-pesado de quem se ama até os dentes. Amor da gente!

Quando o amor entre nós crescer e multiplicar feito os boatos e as baratas, aí sim estaremos seguros. Porque seremos pessoas amadas, não armadas. Pelo menos por enquanto, o mundo não precisa armar as pessoas de bem. Carece urgente é desarmar o coração de toda gente.









Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.