As mãos do tempo nunca param de se mover e os relógios de quem se detém continuam a roubar as horas mortas. O amanhã não é certeza. O tempo vai embora e continuamos a esperar a chuva chegar, continuamos a rezar aguardando pela sorte, continuamos a construir muros que nos prendem dentro de nós mesmos, mas o amanhã é apenas uma esperança.

Quando os relógios levam o nosso tempo, permitimos que o sol durma em silêncio, permitimos que a lua se esconda, permitimos que a vida simplesmente passe. E é preciso agarrá-la pelo braço, grudar em seu pescoço com vontade e intensamente vivê-la.

Vida que não se vive, voa, ecoa, freia. Quando se der por conta, o espelho mostrará outra pessoa que nem conheces mais. O tempo nunca para de se mover, suas horas são implacáveis. São elas que trazem as verdades, expõem as mentiras, desnudam as faces, expõem as almas.

As mãos do tempo não acariciam, nunca afagam. Não te amam, mas te amarram. Elas estão sempre a te levar para cada canto que decida ir, transformando alguns poucos segundos em eternidades, transformando finais em oportunidades, transformando derrotas em novas lutas, até que não haja mais tempo a passar, até que não haja mais nada a dizer.

O tempo sempre traz, o tempo sempre leva. O que é seu chega. O que não é, vai embora, com certeza. Faça acontecer, nunca espere. As mãos do tempo nunca param, nunca aguardam, nunca erram.

Aproveite o seu tempo.

Ao máximo!

O amanhã não é certeza.

O amanhã é apenas uma esperança.









Escrever é uma fuga que sempre uso. Não tenho temas. Não tenho destinos. Alguns devaneios e desatinos, quem sabe. Solto as palavras ao vento. Viajo ao vê-las viajando pelo ar. Recolho as que voltam nos relentos das manhãs e me lavo em seus afagos. Eu me aguo, renasço. Palavras me acariciam a alma, despertam-me sentimentos, paz, calma. Leio, releio, rascunho e escrevo. Faço dos textos da minha lida, as estrelinhas da minha vida