Não sei você, mas este ano eu chorei mais do que qualquer outro ano em toda minha vida, ou pelo menos é o que eu acho. Pois desde os primeiros meses eu tive que tomar decisões difíceis que mudaram o rumo da minha história e tive que decidir sobre qual caminho trilhar conforme o que ouvi Deus falando dentro de mim.

Assim tive que tapar os ouvidos para o que as pessoas diziam a meu respeito, sobre o que elas queriam para mim e o que gostariam que eu fizesse.

Eu segui a voz interior do Espírito Santo que me deu paz em meio á guerra, sorrisos ao amanhecer após uma noite inundando minha cama com lágrimas e uma certeza que me dizia que eu estava indo para o caminho certo mesmo que ninguém mais entendesse, a não ser Aquele que me mandou por essa direção.

As lágrimas também inundaram o meu rosto quando eu tive dificuldades para me manter no caminho que eu escolhi e senti vontade de desistir de tudo pelo qual havia lutado até o esgotamento.

Eu não me achava capaz de continuar firme em algo que exigia tanto de mim e aonde eu precisava ser responsável, fiel, compromissada, corajosa e ousada.

Eu pensava em voltar atrás e no diria ás pessoas que aceitaram com muita relutância a minha renúncia para seguir um sonho vindo do alto. Então as lágrimas vinham e junto com elas crises de ansiedade.

As lágrimas deixavam minha dor com um gosto salgado e eu parecia nadar em um mar que eu mesma havia criado. Porém logo recebi palavras vindas Daquele que me mandou seguir por esse caminho e Ele me deu a paz que excede todo entendimento.

Assim é importante você saber o que te levou a fazer o que você faz hoje e se apegar as motivações desde que elas sejam realmente boas para você e para seu futuro.

Você tem que refletir sobre suas lágrimas, se caso tenha chorado bastante também, e pensar se elas não limparam sua alma e mostraram a você que a sua sensibilidade é algo que quase não vemos por aí, pois estamos em um mundo que as pessoas se fingem de fortes o tempo todo e não demostram fraqueza.

Mas preciso confessar algo: eu chorei escondida a maior parte das vezes. Eu não queria que os outros vissem a minha fragilidade e que a dor era tão grande que eu não conseguia pensar nela sem meus olhos marejarem.

Eu tinha medo de pensarem que eu estava desenvolvendo algum quadro de depressão, como eu sinto que tenha desenvolvido anteriormente, e não queria que vissem o quão ruim eu estava ao ponto de pensar que a vida nem valia mais a pena, que era melhor desistir de tudo.

E talvez você também tenha se encontrado nessa situação de olhar para a própria vida e não encontrar um motivo que diga que vale a pena continuar apesar do sofrimento que te acompanhava todos os dias.

Por isso eu digo que é importante refletir e buscar o que te motiva, pois sempre há algo e ás vezes a dor nos cega ao ponto de não vermos, assim damos ênfase a vida não ter mais sentindo e que é melhor abrir mão dela.

Porém se você buscar mais fundo verá que há sempre um escape. Há sempre aquela saída que você não quer enxergar por medo de passar por ela e não saber o que vai acontecer.

E nesse ano que passou eu tive um escape e ele era o colo do meu Deus.

Nele eu ia me derramar, reclamar, espernear e dizer que não dava mais. Ele me ouvia, consolava, curava e me dava motivos a continuar.

Olhe em volta e procure aquele colo que pode te receber. Se não encontrar em redor olhe para cima e Ele estará lá á espera. Porém se não acreditar nisso procure por ajuda em profissionais como os psicólogos que vão te acolher e ouvir.

Ademais, outro ponto marcante desse ano foram os aprendizados. Pois as lágrimas têm o poder de ensinar algo que o sorriso jamais conseguirá.

As lágrimas são, em sua maioria, sinceras e mostram o que está doendo por dentro. Seja uma dor física, emocional ou espiritual.

As lágrimas colocam para fora o que estava preso por dentro e mesmo tentando contê-las elas fluem livremente para dar a nossa alma o alivio que ela merece. E quando elas param de correr vem á meditação sobre elas.

Meditar sobre o que as causou e o que podemos fazer de diferente para evita-las. Eu gosto quando me sinto mais leve após o pranto e começo a pensar de forma mais clara sobre o que aconteceu.

Até a raiva vai indo embora, a tristeza diminuindo, a decepção diminuindo, a ilusão ganhando nuances da realidade e posso chegar até a pensar: “eu chorei por isso de novo?”.

Então acabo aprendendo algo com Aquele que me consola, pois o ensino vem Dele já que é Ele quem me vê chorar, e quando percebo entendi algo que eu não tinha percebido, o que ajuda a lidar com o levou as lágrimas e eu aprendo algo que posso até repassar para outros que estão na mesma ou em algo parecido.

Pois podemos estar ao lado de quem sofre de algo semelhante ao nosso e o que mais vi neste ano foram pessoas passando por situações muito parecidas com a minha, e ás vezes até lidando do mesmo jeito que eu e eu me vi sendo ajudada quando tentava ajudar. Me vi abraçada quando tentava abraçar e sendo amada quando a intenção era levar amor.

Desse modo, aprendi que os relacionamentos são muito importantes e que precisamos nos abrir, deixar que os outros façam parte de nossas vidas e que conheçam aquelas partes que não gostamos porque são ruins, feias e problemáticas.

Assim eu me vi em muitos momentos extremamente fraca, porém tendo pessoas ao lado me acolhendo, me fazendo sentir cuidada e podendo falar dos meus fantasmas antigos que amedrontam minha alma há tanto tempo. E ser uma pessoa fechada, tímida, medrosa e que não consegue confiar nos outros fazendo algo desse tipo significa que você também consegue. Pois você foi criado para o amor e para vivê-lo dentro de um relacionamento, e viver na solidão e não se sentindo amado fere esse motivo da nossa existência, causando tantas dores.

Portanto, eu tive que confessar minhas fraquezas e erros, deixar que as pessoas soubessem que eu não era tão forte quanto aparentava. Uma pessoa que comete erros, que cai, que pensa em desistir.

Por isso, foi o ano da vulnerabilidade, das aberturas, das renúncias e das lágrimas que acompanham cada um desses aspectos.

Também foi um ano de ser moldada, reconstruída e ver que posso me tornar uma pessoa mais próxima do que fui criada para ser. Porém se você já teve que passar por mudanças na sua vida, teve ter conhecido a dor de ser quebrado e feito em pequenos pedaços para que assim possa ser refeito.

E vi que todos nós temos muita coisa a melhorar, muitos defeitos e erros que causam machucados nos nossos relacionamentos e em nós mesmos, mas que por conta do orgulho e egoísmo acabamos não querendo passar pelo processo de poda que irá cortar muitos dos nossos galhos para que possa crescer mais do que esperava.

Todavia, todos nós temos potencial de nos tornarmos seres humanos mais conscientes, mais empáticos, mais sensíveis, mais responsáveis pelos sentimentos que despertamos nos outros e mais fieis aos compromissos aonde dizemos que daríamos o nosso melhor.

Nós podemos amar mais e julgar menos. Podemos ouvir mais e falar menos. Podemos abraçar mais e se tornar menos frios. Podemos olhar mais nos olhos uns dos outros e passarmos menos tempo no celular.

Nós podemos porque recebemos uma natureza interna que deseja estar em comunhão, que deseja apenas ser amada e compreendida.

Porém que nesse mundo acaba se ferindo, decepcionando e chorando mais do que seus olhos podem suportar. Mas o lado bom é que em cada dor, lágrima, mudança, aprendizado, nós evoluímos como pessoas e adquirimos mais maturidade com tantas experiências.

Assim nada desse ano vai ser desperdiçado. Nada mesmo. E o perdão está aqui também para jogar fora o que estiver sujando o coração de amargor.

Por fim, há um recomeço nos esperando nesse novo ano que está batendo na porta e eu tenho fé de que ele será de romper, sonhos realizados e promessas de Deus em nossa vida se cumprindo.

Também acredite que algo incrível está por vir, pois eu acredito em você e o Criador também, mas se não crer nisso apenas tenha fé no melhor e no Universo que espera você sorrir muito para compensar tudo que chorou. Pois para cada lágrima há dois sorrisos te esperando, certo?