Não se culpe por não estar bem o tempo todo. Não se culpe por ser humano.

A gente paga um preço alto demais por pensar, refletir, por tentar digerir tudo o que acontece ao nosso redor.

Eu sempre penso que seria muito mais fácil ser um pouco alienado, menos crítico, mais frio, ser uma pessoa que consegue passar por cima de coisas que não me afetam diretamente. Mas sou o oposto disso.

Desde sempre, eu fui introspectivo, observador, alguém que fala bem menos do que pensa.

Guardo, para mim, muitas palavras, sentimentos e emoções, o que acaba formando uma montanha afetiva acumulada aqui dentro. Sempre senti demais, intensamente, mas por dentro.

Poucos têm acesso ao meu eu interior, porque não me abro para qualquer um. Não sei se minhas dores irão ser mal interpretadas, julgadas, usadas de maneira cruel.

A escrita, principalmente, e a música, são minhas válvulas de escape. Escrevendo e tocando as teclas, eu consigo sangrar, doer até me reencontrar.

Eu escrevo o que eu queria conseguir, eu escrevo o que eu preciso ser, o que precisa parar de me machucar.

Eu toco as melodias que me resgatam de escuridões que adentro, onde me perco, de onde tenho urgência de escapar.

O piano é minha mãe, Cleide, meu refúgio da infância, da juventude, da vida.

Todo mundo fica triste, é da vida. O problema é quando não se sabe a causa exata daquele sentimento.

Quando sabemos o motivo da tristeza, fica mais fácil entendê-la e combatê-la. Do contrário, a jornada de cura é mais penosa, porque os caminhos serão mais longos e nebulosos.

Daí a importância dos colos, dos afetos verdadeiros, das palavras acalentadoras, das melodias que resgatam. Escrevo isso para acolher a minha dor e conseguir transformá-la em algo que me torne melhor.

Eu não me culpo mais quando não estou bem, quando não está tudo bem. Ninguém é obrigado a ser forte o tempo todo.

Tem horas em que nem agradecer por algo a gente consegue. Às vezes, a pessoa não quer sentir gratidão porque, naquele momento, ela não consegue enxergar nada além da dor.

Não dá para enxergar o lado bom das coisas toda vez. Não se culpe por nem sempre estar de bem com a vida.

Não se culpe por ser humano.

*DA REDAÇÃO SAG. Foto de Ian Flores no Unsplash.

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Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.