Tem quem ache que ter dinheiro é tudo que se precisa para dar uma boa educação aos filhos. Uma excelente escola, uma ótima babá e, então, nada mais a se preocupar. Os pais esquecem dos filhos porque acreditam que eles têm o suficiente para viver bem, quando na verdade, muito mais importante do que ter o brinquedo mais caro, é ter amor.

Por isso que mansão, motorista particular e ter tudo aquilo que deseja materialmente não define a felicidade de um filho. Do que adianta ser órfão de pais vivos dentro de uma limusine ou na Disney, se a presença paternal é o que realmente preenche o coração. Uma criança que é escutada, valorizada, que se sente protegida quando necessário pode morar em uma apertada casa de um bairro simples e ainda ser mais feliz que o filho de um pai com condições de pagar a escola mais cara da cidade, mas que não dá a mínima atenção para o seu herdeiro.

Para essa criança pobre de bens mas rica de amor, um boneco sem braço ou um carrinho sem rodas pode ser suficiente para diversão de um dia inteiro, já para a criança que possui um carrinho de controle remoto absurdamente caro e não tem o afeto dos pais, um pequeno arranhão no brinquedo pode ser um grande problema e gerar uma escandalosa reação.

Por quê? Porque é o amor que acalma o coração de um ser tão indefeso e dependente como uma criança. É o reconhecimento que faz com que um filho queira ser um bom aluno ou conquistar seus sonhos. É a harmonia do lar e o carinho dos parentes que cria um ser humano generoso, o qual se relaciona de forma agradável com todo mundo. É a presença qualificada dos pais que gera um comportamento equilibrado nos pequeninos, um adulto mentalmente saudável e não uma casa com piscina ou o videogame de última geração.

Então, os pais ricos abandonam seus rebentos dentro da própria casa com a equivocada certeza que o tanto de dinheiro que fazem é suficiente para seus filhos serem felizes. Eles se revoltam, brigam, xingam e jogam seus brinquedos na parede e seus pais os julgam ingratos por tudo que lhes dão. E esse ciclo é a garantia de uma educação precária porque quando não damos amor aos nossos filhos, eles tem mais dificuldade de lidar com tudo.

Então, a gente vê no noticiário esses jovens com pais bem de vida cometendo crimes, viciados ou envolvido com comércios ilegais e pensa: “Nossa, por que se eles têm tudo?”. Mas estamos enganados, porque lhes faltaram o mais importante. O amor.

Quando o amor é pequeno, qualquer problema se torna um desastre e nos desequilibra. Quando o amor é maior que os contratempos, os problemas são minimizados com a certeza de que na família sempre teremos um porto seguro.

Quanto mais carinho, menos importante se torna o que é material. Por isso, antes de dar qualquer coisa para seu filho, dê amor, então, o resto perderá a importância e ele será muito feliz com, exatamente, tudo aquilo que tem…









"Luciano Cazz é publicitário, ator, roteirista e autor do livro A Tempestade depois do Arco-íris."