Através dos tempos, falar sobre Deus sempre foi associado à ideia de falar sobre religião. Não confunda Deus com religião!

Por Paulo Cardoso

Algumas pessoas, inclusive, evitam tocar em tal assunto, sob a máxima de que “religião e gosto não se discutem”.

É aí que muita gente não consegue pensar em Deus sem separar este pensamento de tornar-se mais um religioso como tantos que existem em todo o mundo.

Para alguns isto é absolutamente apavorante. Para eles, a sensação é a de estar sendo colocado em uma camisa de força, onde depois de cometer um “suicídio intelectual”; a pessoa será levada a uma série de comportamentos estranhos e adoecidos. Mas, o fato é que o chamado de Deus nunca foi a de que nos tornássemos religiosos.

É claro que a existência da religião e de todas as formas de culto, nas mais diferentes civilizações, povos e culturas demonstra o quanto há no coração humano uma ideia da eternidade e uma sede pela espiritualidade. Desde as culturas mais primitivas até as mais avançadas, a ideia de que há uma divindade e a busca por um contato com ela estão sempre presentes.

A ideia que a maioria das pessoas tem é que a Bíblia seria mais um destes livros religiosos que nos trariam uma série de normas, regras e preceitos através das quais poderíamos nos chegar a Deus. Mas, isto não é verdade.

A Bíblia toda gira em torno de uma única pessoa: Jesus Cristo.

Tudo que acontece antes dele é preparando Sua vinda e tudo que acontece depois dele é resultado de Sua vinda.

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação; nele habita, em um corpo, toda a plenitude da divindade. Ele é a exata expressão do Ser de Deus. Tudo foi criado por Ele e para Ele e nele tudo subsiste. Dele, por meio dele e para ele são todas as coisas.

Daí que a proposta do Evangelho nada mais é que conheçamos a Deus como único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem Ele enviou.

A proposta é que o conheçamos e que tenhamos vida, crendo em Seu nome.

O Evangelho não é o homem se esforçando e fazendo “por merecer” para chegar a Deus, mas é Deus vindo na Pessoa de Jesus buscar o homem que estava perdido.

Então, não é uma religião; mas é comunhão.

Não é termos uma série de dogmas, regras, ritos, tradições e normas para seguirmos; mas um relacionamento pessoal e diário com Deus, unicamente, através de Jesus Cristo e do que Ele fez na Cruz em nosso lugar.

A Palavra de Deus ensina que há um só Deus e um só mediador entre Deus e o homem: Jesus Cristo, homem.

A Bíblia diz que não há salvação em nenhum outro, porque nenhum outro nome foi dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus afirmou que Ele é o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vem ao Pai, senão por Ele.

Nenhuma igreja é, nunca foi e jamais será mediadora entre Deus e o homem! Pastor ou líder espiritual nenhum é! Religião nenhuma é! O único intermediário entre Deus e o homem é Jesus Cristo!

Ouço pessoas dizendo que aquilo que o mundo mais precisa é de religião, mas, não consigo concordar. Porque o mundo está cheio de religiões e mesmo assim está “descendo ladeira abaixo”. Outros, dizem que aquilo que o mundo mais precisa é de mais educação. Também não consigo concordar, porque algumas das pessoas mais soberbas, altivas e difíceis de convivência que conheci têm muitos títulos acadêmicos. Na verdade, o que as pessoas precisam mesmo é conhecer e ter um relacionamento honesto e sincero com Jesus!

Pense que Jesus é o próprio Deus que se fez homem e habitou entre nós. Ele é Deus que se vestiu de carne e sangue por amor a nós. Ele é Deus que desceu de Sua glória eterna, se humilhou, se auto-empobreceu, se esvaziou, para que, por sua pobreza, nos enriquecesse, não com uma riqueza material, terrena e passageira, mas com a maior de todas as riquezas: um relacionamento pessoal com o nosso Criador.

Será que podemos entender que Deus não é propriedade de grupo algum? Ele não é marca registrada de organização alguma, não pertence à nenhuma instituição ou movimento. Ele é Deus! E como Deus, Ele é livre! Ele se revela a quem quer, quando quer, como quer, onde quer e não pede permissão ou desculpas a quem quer que seja.

Quando nós olhamos os registros históricos, ficamos perplexos, como quantas e quantas vezes, em nome da fé, pessoas fizeram mal ao seu semelhante. Quantas vezes, em nome de Jesus de Nazaré, pessoas discriminaram o próximo. Mas, será que foi isto que Jesus nos mandou fazer? É claro que não! Até mesmo a leitura mais superficial dos Evangelhos nos mostra que o mandamento de Jesus sempre foi o amor. Ele tocou aqueles que a religião de seu tempo considerava como imundos. Ele comia com publicanos e pecadores. Ele ensinou o perdão, a graça, o respeito, a misericórdia, a paz e a valorização da vida.

Foi Gandhi quem disse que cria no Cristo dos Evangelhos; mas não no Cristo dos cristãos. Porque os “cristãos” do seu tempo distorciam a mensagem de Jesus através de suas atitudes e preconceitos. Como alguém que ama a Deus e ao próximo poderia aceitar que seres humanos fossem divididos em castas e tratados sem qualquer dignidade? Jamais.

É por isto que eu preciso entender que nem todo mundo que fala em nome de Deus, realmente tem um relacionamento verdadeiro com Ele. Uma coisa é o que muitas pessoas pensam que Jesus ensinou, outra, é o que Ele realmente viveu e ensinou. E isto você só conhece quando lê os Evangelhos com um coração honesto e sincero.

Na verdade, embora haja quatro registros da vida de Jesus, conhecidos como os quatro evangelhos, só existe um Evangelho! E este Evangelho é a boa notícia de que Deus enviou Jesus para nos levar de volta para Ele! Nós, que estávamos completamente cegos, perdidos e mortos, espiritualmente, recebemos vida através de Jesus!

Eu sei que há gente usando o nome de Jesus, apenas, para promover seus projetos pessoais. Eu sei que há gente adoecendo outras pessoas com o modo doente como vive sua fé. Eu sei que há muita gente que sofreu em nome de fazer o que alguém lhe disse que é “a vontade de Deus”. Mas, por favor, posso dizer que Deus não tem nada haver com isto?

Talvez você pense que todos que falam de Deus são iguais. Talvez você teve alguma experiência extremamente negativa no passado que provoca em seu interior uma verdadeira repulsa a tudo que fala de Deus, Jesus ou Evangelho.

Mas, pare e pense. Isto é razoável? É sensato? Você faria isto com alguma outra realidade da vida?

Deus não foi o culpado do que fizeram a você, em nome dele. O ser humano é livre para fazer suas próprias escolhas e tomar suas próprias decisões. Se ele é adoecido no modo como percebe a vida, isso acabará afetando, negativamente, o modo como ele vive sua fé. Mas, não é por isto que Deus é o culpado. Ele não é como esta pessoa, Ele não pensa como ela e não autentica seus atos.

Separe Deus das pessoas que falam em Seu nome! Pessoas erram, Deus não!

Deus é amor! Amor que vai além de todo o entendimento! Esta é a sua essência! Se você duvida, olhe para a Cruz de Jesus! Ali Deus provou o Seu amor para conosco!

Deus ama você! E Ele ama você, não porque você é agradável, amigável, inteligente, porque tem algo a oferecer a Ele, pode ser útil aos Seus planos ou porque sempre fez tudo certo e o agradou com seu modo de viver. Não! Nunca! Jamais!

A Bíblia ensina que Deus nos amou primeiro. Ele nos amou quando nós nem ainda existíamos. Ele nos amou sem que nós o buscássemos ou pensássemos nele. Ele, simplesmente, nos amou!

Jesus disse que não veio chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. Ele disse que os sadios não precisam de médico, e, sim, os doentes.

Daí que Deus ama você, simplesmente, porque você existe! E Ele amou você, de tal maneira, que deu o Seu Filho, para que você, crendo nele, não pereça, mas tenha a vida eterna.

Foi por isto que Jesus veio e deu Sua vida na cruz. Ninguém o colocou lá. Ele entregou Sua vida.

Ele não precisava estar lá; Ele escolheu estar lá. E Ele se ofereceu como sacrifício pelos nossos pecados. Ele foi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades, o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e por Suas pisaduras, fomos sarados.

Jesus não era um mártir, muito menos uma vítima. Ele veio para entregar Sua vida naquela Cruz! E Ele transformou aquela Cruz em seu podium de vitória, porque Ele venceu a morte e ressuscitou dentre os mortos! Ele está vivo e é o Senhor absoluto da vida, da História e de todas as realidades e poderes visíveis e invisíveis!

Apenas entenda que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo. Ele não veio para condenar você; mas, para perdoá-lo e Ele pagou a sua e a minha dívida na cruz! Está pago! Está consumado!

E quando você e eu cremos nisto e abrimos o coração para recebê-lo em nossa vida, algo maravilhoso acontece conosco: nós nascemos de Deus. Uma vida nova nasce dentro de nós. Nós passamos a desfrutar de uma comunhão e relacionamento com Ele, não baseado em nossas obras, desempenho e justiças, mas, com base naquilo que Jesus consumou na cruz em nosso lugar.

A religiosidade pode até enfeiar a vida de algumas pessoas; mas um relacionamento com Jesus a embeleza e liberta. Jesus disse: E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.

Que tal você colocar de lado seus preconceitos, raivas e amarguras e dar a si mesmo a chance de conhecer o extraordinário amor de Deus? Não, conhecer uma nova religião; mas conhecer Jesus Cristo.

Você está tendo um relacionamento com Jesus? Diga para Ele que você deseja isto. Faça isto agora. Ele está ouvindo você.

Leia os Evangelhos e deixe que a vida e as palavras de Jesus se façam vida dentro de você.

Ele morreu para você viver. Ele ressuscitou dentre os mortos. Ele é o Senhor e você precisa fazer algo sobre isto.

Minha oração é que a Palavra de Deus faça nascer em sua vida uma verdadeira fome e sede por Sua presença e amor.

Não confunda Deus com religião.









Viva simples, sonhe grande, seja grato, dê amor, ria muito!