Estudo revela que, maus-tratos na infância alteram a oxitocina, hormonio da felicidade.

Um estudo recente mostrou que os maus-tratos a uma criança pode levar a mudanças em seu cérebro. A consequência é uma capacidade reduzida de sentir felicidade e de se relacionar de forma saudável com outras pessoas.

Os maus-tratos a uma criança, além de lhe causarem grande sofrimento, podem ter consequências gravíssimas em sua vida adulta. Na verdade, não é uma situação que traga algo positivo em qualquer idade. No entanto, nas crianças é ainda mais grave, pois elas têm muito menos recursos mentais para se defender. Os abusos que receberem causarão mais danos, produzindo também consequências mais profundas.

Uma pesquisa publicada na Translational Psychiatry descobriu que o abuso infantil altera o gene da oxitocina. Essa substância é conhecida como “o hormônio da felicidade” porque intervém positivamente no humor e no bom relacionamento com os outros.

A pesquisa apontou que o abuso de uma criança altera a forma como esse hormônio é produzido. Por sua vez, isso dá origem a uma estrutura cerebral atípica.

Portanto, pode ter efeitos a muito longo prazo, mesmo para a vida.

Simplificando, isso é um obstáculo para algumas pessoas se sentirem bem, alinhadas, consigo mesmas.

“A natureza reversível da metilação do DNA implica que pode ser possível desenvolver métodos para desmetilar a região do gene da ocitocina. Se pudermos mostrar que esses métodos podem reverter a função cerebral alterada e os sintomas de trauma em crianças abusadas, poderíamos criar terapias inteiramente novas para melhorar sua qualidade de vida”. -Alicia K. Smith-

A oxitocina é um hormônio que é produzido no hipotálamo. Cumpre o papel de modular a parte do sistema nervoso central associada aos comportamentos sociais e sentimentais. Também está associado ao prazer sexual e ao comportamento pró-social.

A presença de oxitocina gera sensações de prazer e plenitude. Por isso é popularmente conhecido como “o hormônio da felicidade”. Tudo indica que nos ajuda a confiar nos outros. Da mesma forma, está muito presente na paixão e nos momentos de alegria. Também ajuda a inibir o cortisol , o hormônio do estresse.

Existem condições em que ocorrem modificações químicas no DNA que levam à ativação ou desativação de genes específicos.

A oxitocina não escapa desses processos. Quando o gene da oxitocina é menos ativo na produção desse hormônio, diz-se que está “metilado”.

Um estudo mostrou que, se isso acontecer, há também menos atividade social, menos sentimentos amorosos e pouco sentimento de felicidade.

Maus-tratos infantil e o gene da oxitocina

A pesquisa sobre o impacto dos maus-tratos no gene da oxitocina foi liderada pela Dra. Shota Nishitani e pela Professora Akemi Tomoda, da Universidade de Fukui, no Japão, e pela Dra. Alicia K. Smith, da Universidade de Emory (EUA). Elas encontraram uma relação entre abuso infantil, uma mudança nas estruturas cerebrais e uma tendência a sofrer de vários distúrbios psicológicos.

Especificamente, o estudo verificou que o abuso de uma criança causa níveis mais altos de “metilação” no gene da ocitocina. Simplificando, torna esse hormônio mais inativo ou menos secretado. Para chegar a essa conclusão, amostras de DNA foram coletadas de crianças que sofreram abuso e de crianças que não sofreram.

Ao comparar essas amostras, eles confirmaram que o gene da oxitocina era muito mais metilado, ou seja, muito mais inativo, nas crianças abusadas. Por sua vez, isso causou alterações no cérebro, como diminuição do volume do lobo parietal superior esquerdo. Esta área está associada à empatia. Houve também menos atividade no “putamen certo”, uma região ligada ao sistema de recompensa.

Perspectivas futuras

Em suma, a pesquisa conclui que o abuso de uma criança afeta sua capacidade de experimentar felicidade e se relacionar de forma saudável com outras pessoas a longo prazo. Tudo indica que isso tem efeitos mais graves se ocorrer entre 5 e 8 anos de idade.

Os maus-tratos abordados pelo estudo referem-se a maus-tratos físicos e psicológicos, bem como negligência e abandono.

Os autores do estudo se perguntaram se havia uma maneira de reverter esse efeito terrível. A resposta foi um sonoro sim. Tudo indica que as mudanças que ocorrem na adolescência oferecem as condições certas para normalizar esse estado. Nesta fase, ocorre uma reconfiguração neuronal das regiões neocorticais do cérebro, o que ofereceria uma oportunidade de recuperar a função normal do gene.

Ainda são necessárias mais pesquisas nesse sentido, mas esse avanço representa um achado muito relevante nesse caminho. É possível que também leve ao desenvolvimento de medicamentos que permitam a alteração do gene da ocitocina em adultos.

*DA REDAÇÃO SAG. Com informações LLM. Foto de Patrick Hendry no Unsplash.

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