Mario Sergio Cortella: “As mídias sociais favoreceram a imbecilidade”.

Em entrevista ao Detsche Welle Brasil, o filósofo Mario Sergio Cortella falou sobre a cultura do ódio que se firmaram nas fakenews nos últimos anos. Para ele, na internet todos têm uma opinião, mas poucos têm fundamentos para ancorá-la.

“Para quem está com o martelo na mão, tudo é prego.”, disse Cortella.

Cortella afirma que a cultura do ódio ter eclodiu na sociedade brasileira é algo que já estava presente nas relações sociais, e que depois de ser plantada por muitos anos, chegou a hora da colheita.

“O ódio é uma possibilidade latente, mas não é obrigatório. Contudo, não havia tanta profusão de ferramentas e plataformas para que fosse manifestado e ampliado como nos tempos atuais no Brasil. A instantaneidade e a conectividade digital permitiram que um ambiente reciprocamente hostil – como o da fratura de posturas nas eleições gerais do final de 2014 – encontrasse um meio de expressão mais veloz e disponível, sem restrição quase de uso e permitindo que tudo o que estava aprisionado no campo do indivíduo revoltado pudesse emergir como expressão de discordância virulenta e de vingança repressiva”, explicou.

Para ele, as mídias sociais favoreceram, sim, o despontar de um palanque também para a imbecilidade e a idiotia.

Porque antes, era preciso que a pessoa tivesse algum poder para que a sua opinião fosse credível, porém, agora, qualquer pessoa tem voz e pode dizer o que quiser. E o que diz, pode ser espalhado para milhares de pessoas.

“Como efeito colateral da democratização da comunicação, temos o adensamento da comunicação superficial, na qual todos têm (e podem empresar) alguma opinião sobre algo, mas poucos têm fundamentos refletidos e ponderados para iluminar as opiniões. Como dizia Hegel: “quem exagera o argumento, prejudica a causa”, completou.

Cortella explica que, muitos que se dizem bem-intencionados acabam colaborando com uma situação oportunista.

“O “cidadão de bem”, entendido como aquele que não faz o que faz por maldade, é a encarnação do que Bertolt Brecht chamava de “analfabeto político”. Isto é, alguém que, portador de boas intenções, age em consonância desconhecida com as más intenções de quem almeja uma situação disruptiva e oportunista”.

Para ele, só conseguiremos combater a cultura do ódio que tomou conta das estruturas sociais seria se promovessemos a inclusão e se fizessemos crescer a consciência da necessidade da união e da colaboração coletiva.

“A luz mais forte é a da resistência organizada e persistente de quem deseja escapar das trevas e não quer fazê-lo sozinha, nem excluir pessoas e muito menos admitir que impere o malévolo princípio de “cada um por si e Deus por todos”. Seria praticando cotidianamente o “um por todos e todos por um”. Afinal, como dizia Mahatma Ghandi, “olho por olho, uma hora acabamos todos cegos”.

*DA REDAÇÃO SAG.

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