Eles buscam terapia para se entenderem através da troca de experiências entre homens e debatem conceitos de masculinidade e machismo, além de tentarem repensar o novo papel que devem exercer na sociedade!

Muitos homens se queixam da perda de identidade enquanto homem e seu papel atual na sociedade! Eles se sentem cobrados por uma cultura machista a serem provedores, fortes, brutos e insensíveis desde crianças, e quando crescem percebem que o mundo não é o mesmo, que as mulheres já não querem e nem são mais as mesmas, e que tudo mudou, menos a forma de pensar machista de algumas comunidades.

O mal estar generalizado foi o motivo para que grupos de homens fossem formados para poderem discutir o assunto, já que é sabido que a presença do pai, ou da figura masculina nas casas, ajudando na criação dos meninos é cada vez mais rara.

E quando um menino possui um pai em casa, na maioria das vezes não consegue estabelecer um diálogo produtivo, não se sente a vontade para conversar sobre sexualidade, machismo e tantas outras dúvidas que podem surgir na cabeça de uma criança, ou de uma menino adolescente.

Infelizmente, essa é a nossa realidade atual! Homens se sentindo perdidos por não terem tido orientação e nem um “modelo” a seguir do que é verdadeiramente ser um homem no momento em que vivemos!

O assunto nessa roda de homens, não é futebol, mulher gostosa nem carros. Nada do que foi ensinado pela sociedade patriarcal, que um homem de verdade deve fazer. Durante o tempo que passam juntos eles tentam desmistificar todos esses rótulos que fazem tantos homens sofrerem e se sentirem emocionalmente fragilizados.

“Homem não pode chorar”

“Engole esse choro seu maricas ou vai apanhar até aprender que homem não chora”

“Homem de verdade não depende de mulher e nem deixa mulher mandar nele”

“Para de ser pau mandado de mulher seu trocha” (quando o homem cuida bem da sua esposa e não se deixa atrair pelas provocações dos amigos, ou não quer ser desrespeitoso com a esposa, nem trair sua confiança)

Um grupo forte e estabelecido existe no Rio de Janeiro se chama MEMOH (homem ao contrário). A ideia do nome é justamente essa, mudar a visão que o homem e a sociedade tem dele mesmo, mudar os conceitos e os paradigmas de como um homem tem que ser e o que ele deve ou não fazer.

Pedro de Figueiredo, de 31 anos, publicitário é o criador do projeto e contou ao Jornal Extra que vai aumentar a quantidade de encontros semanais, tamanho o sucesso da empreitada.

Hoje, três bairros do Rio recebem as reuniões quinzenais de terapia gratuita.

“A ideia é promover o debate entre os homens sobre comportamentos que não gostariam mais de replicar. Queremos apoiar a luta das mulheres, sem roubar o protagonismo delas” diz Pedro.

Grupos fixos e a grande demanda

Até 20 homens compõe cada grupo, um fica no Bairro Glória, outro no Centro e tem também em Copacabana.

O sucesso e a procura é tão grande, que conseguiram uma parceria com o Circo Voador que promoverá mais dois círculos na Lapa.

“Debatemos ainda temas machistas que também prejudicam o homem, como a dificuldade em pedir ajuda, a ausência de uma figura paterna, por que homens brocham, por que sexualizamos as amizades com mulheres, por que temos medo do feminismo e promovemos o machismo no ambiente profissional. O homem violenta mulheres, minorias, outros homens e até ele mesmo. O Memoh existe para que isso tudo seja questionado”.

Depoimentos

“O primeiro impacto foi perceber muitos homens com as mesmas angústias que eu, querendo falar e ouvir, mas que também não encontravam brecha pra isso nos espaços masculinos que frequentavam. Diz-se que homem não pode sentir: — O grupo ampliou minha consciência para comportamentos machistas meus. E então, consciente deles, é mais simples transformar. A transformação tem que partir de nós, as mulheres já têm responsabilidade demais para se preocupar com nossas limitações”, relatou o professor Faber Paganoto, de 36 anos, que soube da iniciativa através de um amigo e aderiu.

A mulher de Faber, a publicitária Marina Gomes, de 36 anos, notou mudanças no comportamento do marido:

“A alimentação da nossa filha ficava a meu cargo porque ele não gosta de cozinhar e já tinha outras tarefas domésticas. Sinalizei que me sentia sobrecarregada por ter essa responsabilidade. Agora o planejamento parte dele”.

Faber percebeu mudanças na relação com o pai também:

“Era sem conflitos, mas também sem uma conexão profunda”.

Um documentário sobre isso foi lançado recentemente! Produzido pelo Papo de Homem e disponível no Youtube é um marco da liberdade de expressão masculina sobre a repressão emocional que sofrem!

Assistam que vale a pena! É uma quebra de paradigmas necessária para que os homens se fortaleçam emocionalmente e se libertem das amarras do machismo: O SILÊNCIO DOS HOMENS.

Você mora no Rio? Saiba como participar:

Inscrição
Em http://memoh.com.br/, há um formulário para quem tem interesse em participar

endereços
Os encontros acontecem às segundas, no Nex Coworking (Ladeira da Glória 26); às terças, na Casa Naara

(Teófilo Otoni 134, Centro) e às quartas, na Barbearia do Nunes (Rua Tonelero 153, Copacabana). A partir do próximo dia 19, acontecerão também às terças e quartas, na Rua Joaquim Silva 114, na Lapa

Se Você não mora no Rio e gostou da ideia, que tal montar um grupo desses na sua cidade também?

Em São Paulo existe um grupo chamado Ressignificando Masculinidades

No último encontro conversamos sobre paternidade, sobre os medos, dúvidas e anseios que surgem com a responsabilidade de…

Publicado por Ressignificando Masculinidades em Segunda-feira, 9 de setembro de 2019

*Com informações de EXTRA E SEU AMIGO GURU

IMAGEM DE CAPA: Ressignificando Masculinidades









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