Fingir que está tudo bem, uma regra social destrutiva!

Por que dizemos “Estou bem” quando não estamos?

“Estou bem”.

Dizemos isso continuamente. É uma frase curta. Agradável.

Firmeza. Isso nos permite passar para o próximo ponto da conversa sem nos demorar muito em nós mesmos. Sem mexer nas feridas. Sem dar a nota.

O problema é que muitas vezes não é verdade.

O problema é fingir que está tudo bem, quando está tudo errado.


Fingir que está tudo bem, uma regra social implícita

Quando dizemos que estamos bem ou que tudo está bem, mas não está, negamos nossas emoções e experiências.

Às vezes dizemos isso sem pensar muito, porque se tornou uma regra social implícita, uma regra que nos força a fingir uma atitude positiva.

Dizemos que estamos bem porque é uma regra social que aprendemos desde a infância, porque assumimos que quando o outro nos pergunta como estamos na realidade é uma questão de cortesia, para que utilizemos o “script automático” que rege muitas das nossas relações sociais.

Em outros casos, fingimos que está tudo bem para evitar conflitos.

Às vezes, expressar nossos verdadeiros sentimentos ou opiniões – especialmente se não o fizermos de forma assertiva – pode deixar alguém zangado conosco ou até mesmo levar a uma discussão.

No fundo, todos nós queremos que nossas interações sociais sejam o mais fluidas possível, não queremos nos tornar aquela “pessoa difícil” ou sobrecarregar os outros com nossas preocupações e problemas, então preferimos esconder que não estamos bem e manter conversa em canais convencionais.

Outras vezes fingimos estar bem simplesmente porque nos sentimos desconfortáveis ​​em reconhecer que estamos errados, porque não estamos acostumados a expressar livremente nossos estados internos.

Se todos admitem que estão bem, nos sentimos como a ovelha negra se reconhecemos que estamos errados.

Fingir que não temos problemas ou conflitos é uma fachada.

É uma imagem que queremos projetar para o resto do mundo porque queremos que pensem que tudo está a correr bem para nós.

Queremos evitar constrangimento ou julgamento.

Também pode ser um escudo para evitarmos mostrar nossa vulnerabilidade ao mundo.

Pessoas que cresceram em um ambiente onde foram ensinados que suas emoções e problemas são íntimos e não deveriam ser compartilhados têm maior probabilidade de reprimi-los.

Também é comum em pessoas que cresceram em famílias onde a raiva ou a tristeza não existiam.

A necessidade de nos convencermos de que está tudo bem

Às vezes, essa relutância em reconhecer que não estamos bem, mesmo com as pessoas mais próximas de nós, pode vir do desejo de nos convencer de que tudo realmente está bem.

Às vezes negamos nossos sentimentos e problemas porque são opressores, não sabemos como lidar com eles e tentamos ignorá-los, na esperança secreta de que desapareçam como num passe de mágica.

Se reconhecermos nossos problemas aos outros, nos forçamos a enfrentá-los e reconhecemos que não somos felizes, que nossas vidas não são tão perfeitas quanto gostaríamos ou que precisamos de ajuda.

Nesse contexto, a negação é compreensível. Embora não seja a solução de longo prazo, porque geralmente quanto mais ignoramos os problemas, mais eles crescerão.

Na verdade, um estudo realizado na Universidade do Arizona revelou que as pessoas que fingem estar bem com seus colegas de trabalho acabam se sentindo emocionalmente esgotadas e menos autênticas em seus relacionamentos.

Em outros casos, esse “estou bem” não responde à negação, mas a uma tentativa de nos proteger de sentimentos dolorosos.

Às vezes, quando o problema é muito grande, preferimos falar o mínimo possível para evitar o desconforto psicológico que essa situação gera.

Geralmente acontece, por exemplo, quando perdemos um ente querido, especialmente nos primeiros dias. N

esses casos, essa negação é um mecanismo de defesa que usamos para nos proteger até que estejamos prontos para lidar com a perda ou o problema.

Reconheça que não estamos bem

Se negamos e escondemos nossos sentimentos e problemas por anos, não é fácil começar a examinar essa confusão abaixo da superfície.

Porém, fingir que estamos felizes e que tudo está indo bem não faz muito sentido, pois acaba gerando um grande desgaste emocional.

Psicólogos da Michigan State University, por exemplo, descobriram que quanto mais sorrimos fingidos, pior nosso humor ficará no final do dia e mais provável será que ele seja marcado por irritabilidade, raiva e tristeza.

Às vezes, só temos que nos dar permissão para não sorrir quando não temos vontade. Não tente agradar a todos. Não nos pressione para parecerem perfeitos.

Permitindo-nos não estar bem o tempo todo. E expresse isso. Peça ajuda, se precisar. Na realidade, há muito mais pessoas dispostas a nos dar uma mão do que supomos.

Quando somos mais autênticos, podemos criar relacionamentos mais sólidos e satisfatórios, realmente nos conectar.

Mas para isso precisamos reconhecer que não estamos bem, que estamos lutando, feridos, com medo ou com raiva.

Não se trata de tornar os outros o reservatório de nossas tristezas e lançar uma série de reclamações sobre eles, mas de expressar nossos sentimentos com honestidade.

O engraçado é que essa mudança geralmente gera um efeito bola de neve.

Quando mostramos nossa vulnerabilidade, os outros também se sentem liberados e são mais propensos a falar sobre seus medos e problemas.

Na verdade, não somos os únicos a dizer que está tudo bem quando não está. É um hábito. Mas esse hábito pode ser quebrado quando começamos a pensar e agir de maneira diferente.

Quando validamos nossos sentimentos e necessidades. Isso vai tirar um grande fardo de nossos ombros e, a longo prazo, seremos capazes de lidar muito melhor com nossos problemas.

Fontes:

Allison, S. et. Al. (2020) Os colegas de trabalho estão entrando em ação? Um exame da regulação da emoção nas trocas de colegas de trabalho. Journal of Applied Psychology ; 105 (8): 907–929.

*Da REDAÇÃO SAG. Com informações Rincon del Tibet
*Foto de Sergio de Paula no Unsplash

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