“Depois de uma certa idade o que a gente quer mesmo é ficar em paz”

O nosso cotidiano é uma interminável lista de afazeres que precisam ser cumpridas. A rotina de pendencias começa cedo, e com pouca idade já estamos cheios de obrigações.

O nosso cérebro ainda nem se formou em toda a sua plenitude e a rotina escolar já nos brinda com a sua cobrança.

As tarefas são impostas e não temos outra opção a não ser realizá-las, querendo ou não.

Depois de vencida a etapa escolar, somos cobrados a escolher uma profissão, cedo demais, tão cedo, que muitos fazem escolhas impensadas que os levam para caminhos que, mais tarde, percebem não serem exatamente o que sonhavam para suas próprias vidas.

Muitos de nós, até bem pouco tempo, sonhavam com a aposentadoria, sonho esse que parece distante para milhares de pessoas hoje em dia.

A verdade é que todos sonham com o descanso merecido, todos buscam por um momento de paz em que a obrigatoriedade das tarefas não estará instalada e que não estejamos sujeitos às mesmas pressões com as quais convivemos grande parte de nossas vidas.

Mas cheguei em uma fase da vida, que não sonho mais com a aposentadoria, quero viver em paz agora. Não aceito que preciso esperar a velhice para descansar.

Chegar a essa fase da vida adulta significa que a maturidade nos brindou e com ela vieram a paz e o descanso merecidos, mesmo com muitas tarefas que ainda precisam e precisarão serem desempenhadas. Não quero esperar a velhice chegar para viver em paz.

A minha velhice é um assunto sobre o qual, particularmente, reflito muito. A velhice não deve ser encarada como um momento de estagnação, mas de recompensa.

Todos os dias dedico o meu tempo, pensamentos, e movimentos em prol das minhas conquistas.

Quando a vida e a rotina se mostram extenuantes tento relembrar a mim mesmo que a vida não é feita apenas de obrigações e raros instantes de satisfação e paz.

Apesar de tudo, a maturidade plena atinge-se quando sabemos contornar o que nos derruba. Todos devemos criar estratégias para desfrutar de tudo o que nos faz bem.

Eu particularmente sou uma pessoa muito voltada para a natureza e estar em contato com ela me transmite uma sensação de tranquilidade.

A plenitude é atingida quando o meu ser e o meio estão em sintonia.

É saber amar a vida e dar-lhe o devido valor e, ao mesmo tempo não querer ser limitado por ela.

Sou muito grato por existir e viver plenamente cada momento ao lado das pessoas que me acompanham diariamente, mas quero desfrutar sempre de novas experiências e adquirir mais conhecimento e competências enquanto vivo algo novo.

Infelizmente, passamos a maior parte da nossa vida cumprindo obrigações, num esforço constante para viver uma vida que vale realmente a pena.

Se não pararmos enquanto é tempo, não vamos perceber que os anos passaram e não aproveitaremos o que nos foi oferecido de graça: o mundo, o planeta, o mar, a natureza com seus rios, lagos, ou um belo pôr do sol em uma serra.

Cada pequena coisa que poderia nos enriquecer e nos dar momentos de felicidade.

Obviamente que o trabalho está na base para alcançar alguns destes momentos mas, a solução reside no saber dosar.

É preciso ter o suficiente de cada uma das partes, ter metas realistas que nos permitam alcançar o pretendido.

Se pararmos para pensar, estamos vivendo uma época interessante na história da humanidade.

Se recordarmos os tempos dos nômades, por exemplo, que a sobrevivência dependia das suas habilidades e capacidades físicas e que eram postos à prova a todo o instante, hoje estamos no lucro.

A nós é nos exigido trabalho para sobreviver, mas se pensarmos friamente, a nossa qualidade de vida é bem superior à daquela época, pois temos mais chances de sobrevivência diante dos desafios que aparecerem em nossos caminhos.

Então, posso dizer que o mínimo que podemos fazer por nós, é nos reservar momentos diários para que possamos desfrutar da vida em sua melhor versão.

Cada um tem seu espaço de paz onde consegue sentir um bem-estar extraordinário. Devemos visitar e revisitar esse lugar todos os dias, mesmo que apenas em nossos pensamentos, esse lugar nos ajuda a diminuir a ansiedade e ainda contribui para fortalecer a nossa esperança.

Os nossos conhecimentos não são unicamente aqueles que aprendemos nas cadeiras da escola, do ponto de vista acadêmico, são resultados das nossas vivencias.

Só quem viveu tempo suficiente para chegar a esta fase pode dizer a todos com peito aberto: Depois de uma certa idade o que a gente quer mesmo é ficar em paz, pois já fui aprovado na escola da vida!

*Foto de Hean Prinsloo no Unsplash

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.