Conflitos familiares: Não faça tempestade em copo d’àgua!

Ultimamente tenho escutado a mesma queixa: pessoas vivenciando conflitos familiares e não sabem o que fazer para solucioná-los.

As pessoas parecem estar “por um fio”, na carga máxima de estresse, demonstrando falta de manejo nas relações familiares.

Todos sabemos que relacionamentos são complexos, apresentando dificuldades e desafios constantes. Contudo, tenho observado que as pessoas raramente se responsabilizam em aceitar sua parcela na dinâmica adoecida, sendo sempre o outro a pessoa difícil de se relacionar.

Para contextualizar esta temática, faço uma metáfora de um relacionamento dificil com dirigir um carro em uma avenida movimentada às 19: 00h.

Ali, passam todos os tipos de meio de transporte e que não é incomum que alguns deles desrespeitem regras essenciais para a boa locomoção de todos, como o aumento de velocidade, manobras perigosas e ultrapassagem de limites.

Inclusive existe um ditado popular que reza que:

Em algumas situações, precisamos dirigir por nós e pelos outros para não colocar a própria vida em risco.

Assim, são os relacionamentos disfuncionais, onde uma das partes é passiva e a outra agressiva. Em alguns momentos, precisamos ter maturidade suficiente pelo sistema relacional como um todo para a partir daquele ponto ocorrer uma conscientização e um possível aprendizado através do exemplo prático.

O que está faltando nas relações é o treino de habilidades relacionais e o desenvolvimento de competências emocionais para que haja um equilíbrio.

Isto porque de algumas relações poderemos nos desvencilhar, caso se trate de relacionamento abusivo, mas em outros relacionamentos precisamos investir na educação e o exemplo clássico é o vínculo com os filhos.

Como disse anteriormente, de relacionamentos abusivos poderemos nos desvencilhar, como por exemplo, o marido ou a esposa, o parente que não sai da sua casa e que se intromete em tudo, inclusive impondo regras em um lugar que não é o dele(a).

Quem nunca teve? A questão é que quando resolvemos dividir a vida com alguém e principalmente se este relacionamento for um casamento, teremos sim que nos relacionar em maior ou menor grau com a família da esposa ou do marido.

O pacote sempre vem junto e por isso insisto fortemente para que as pessoas conheçam não somente o futuro cônjuge, bem como o modelo da sua família, de como se comportam, de como se relacionam.

É preciso saber em que campo estamos pisando e quem será a extensão da nossa família.

Sim, muitas vezes relacionar-se é dirigir uma avenida no horário de pico, onde a preferencial é sua, mas o outro ultrapassa na maior velocidade possível e ainda buzina no seu ouvido.

Mas, sendo filho, amigo, sogra, irmão, cunhado, parente ou aderente de 1, 2 ou de 3 grau, sempre vai existir aquele ou aquela que não respeita as regras da boa convivência.

O que fazer nestes casos? Elaborei 3 regras essenciais.

1- Cultivar o diálogo:

Dialogue, mostrando de forma respeitosa e empática que as regras da sua casa são estabelecidas por você e que precisam ser delimitadas e respeitadas.

Como já relatei em um artigo anterior, o diálogo é tão importante que pode solucionar um mal-entendido ao mesmo tempo em que demarca de maneira assertiva através de uma comunicação nao-violenta o que é necessário ser delimitado.

Infelizmente, existem pessoas mal educadas emocional e relacionalmente que só vêem seu “ponto de vista” e que não são capazes de se colocar no lugar do outro.

Mesmo assim faça a sua parte, mantendo seu equilíbrio emocional e mantendo com a pessoa “incompreensível” um distanciamento saudável e respeitoso. Ela ainda tem muito que aprender.

2- Treino da assertividade:

Esta é uma competência emocional e relacional pouco utilizada, mesmo que bastante difundida.

Geralmente, as pessoas são passivas, agressivas ou passivo-agressivas. A assertividade pode ser treinada e está diretamente relacionada com a capacidade de uma comunicação eficiente, de modo a expressar de maneira clara, autentica, decidida, proativa, segura, direta e pacifica o que se pretende transmitir para o outro.

3- Seja tolerante, todos estamos em aprendizado:

Não faça tempestade em copo d’agua, observe se você está sendo intolerante ou catastrofizando a situação, conflitos interminaveis começam assim.

A palavra de ordem é ter bom senso, ser tolerante, flexível em fazer acordos que possam beneficiar a todos, fazendo leituras ambientais de maneira mais racional e respeitando os limites e espaço do outro.

A tolerância é a capacidade de reconhecer no outro uma alteridade que é igualmente legítima, onde a partir destas diferenças temos a oportunidade única de olhar o mundo com as lentes do outro.

*DA REDAÇÃO SAG. Foto de Edward Howell no Unsplash

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https://www.facebook.com/FechamentodeCicloeRenascimento/?fref=ts Soraya Rodrigues de Aragão é psicóloga, psicotraumatologista, escritora e palestrante. Realizou seus estudos acadêmicos na Unifor e Universidade de Roma. Equivalência do curso de Psicologia na Itália resultando em Mestrado. Especializou-se em Psicotraumatologia pela A.R.P. de Milão.