Cientistas da Universidade de Ribeirão Preto, Unaerp, e São Carlos descobriram que a planta amazônica conhecida como unha-de-gato – usada como trepadeira para cobrir muros – pode combater tumores de forma eficaz.

Foi sintetizadas as substancias produzidas pela planta em laboratório e constataram que é possível potencializar o efeito para fins terapêuticos.

A Unha de gato possui o nome científico de “uncaria guianensis”, e seus compostos naturais são capazes de reverter quadros agudos de dengue, tumores e inflamações. Para quem não sabe ela já está na lista do SUS há mais de 10 anos, descrita como planta medicinal.

Seu efeitos são rápidos e estão impressionando os cientistas

O próximo passo agora é conseguir obter um composto químico para fazer com que a ação medicamentosa da planta alcance efeitos terapêuticos em um período mais curto.

De acordo com as informações do Jornal Diário da Saúde, a potencialização de outros alcaloides antitumorais derivados de plantas apresentou uma ação terapêutica até 30 vezes maior, como no caso da fluorvimblastina, resultado da adição de flúor à estrutura química da vimblastina, um alcaloide natural produzido pela vinca (Catharanthus roseus).

Adriana Aparecida Lopes, professora da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) explicou como tudo acontece:

As modificações nos alcaloides foram feitas usando o próprio metabolismo da unha-de-gato. Plantas jovens (plântulas), de até 15 centímetros de altura, foram cultivadas no laboratório, em recipientes com água e nutrientes. Nesse meio líquido, foram adicionados os chamados precursores, que são intermediários-chave para a síntese de alcaloides naturais com pequenas modificações na sua estrutura.

“Esse protocolo se chama biossíntese dirigida pelo precursor. Quem está fazendo a síntese é a própria planta. Eu dou um intermediário-chave análogo [precursor] para ela, que é captado e inserido em sua rota metabólica, formando um novo alcaloide. É uma abordagem de ‘química verde’, totalmente livre de solventes, reagentes e que faz uso de um sistema in vitro de plântulas”, relatou a professora.

Depois de passar por processos químicos para isolar os compostos análogos presentes no extrato das plantas, os dois novos alcaloides produzidos, modificados com flúor e metila, foram submetidos ainda a ressonância magnética nuclear, para confirmação de suas estruturas químicas.

Produção do medicamento em massa

Os pesquisadores querem aumentar a produção dos compostos. Para isso, será preciso silenciar na planta a produção dos alcaloides naturais. A ideia é que a unha-de-gato produza, no laboratório, apenas a versão fluorada.

“Para isso, uma enzima presente no metabolismo da unha-de-gato chamada TDC, que transforma o aminoácido triptofano em triptamina, deve ser silenciada. Dessa forma, a planta vai deixar de ter triptamina natural e produzirá apenas a versão modificada,” explicou Adriana.

*Com informações do Diário da Saúde.









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