A verdade é que somos egoístas mesmo quando somos altruístas. O ser humano se preocupa demasiadamente com a reciprocidade, precisamos obter de volta o que oferecemos ao outro, e se não recebemos, nos sentimos frustrados e amargurados.

O egoísmo é bíblico: Amar o próximo como a ti mesmo- Mateus 22:37-39.

Quando agimos assim, estamos preocupados com que o outro aja na reciprocidade. Dizemos internamente: “amo o outro para que assim ele também me ame”.

O egoísmo é um dos sentimentos mais antigos, é um marcador genético de sobrevivência.

Mesmo quando pensamos no outro, antes pensamos em nós mesmos.

Quando fazemos algo de bom para o próximo, sobra em nosso interior algo de melhor, uma sensação de satisfação que vai além do reconhecimento e da gratidão alheia.

Os egoístas têm uma péssima fama; o egoísmo ao ser revelado causa constrangimento.

Mas se buscarmos a origem desse comportamento, ele esteve desde sempre implantado em nosso código genético para que agíssemos em defesa e para a preservação da nossa própria espécie.

Quando iniciamos nossa vida, lidamos com este sentimento de maneira natural e espontânea. As crianças, por exemplo, nos primeiros anos de vida são egoístas e egocêntricas e não disfarçam suas intenções a favor de si mesmo. Elas querem primeiro para si, depois dividem com os outros, elas precisam satisfazer suas necessidades e só depois que recebem o querem, param de chorar.

As convenções sociais e seus códigos de conduta ainda não constam em seu repertório de comportamento. Somos animais humanos e sob esta condição a infância é um excelente observatório do que chamamos dos comportamentos que chamamos nos adultos de “egoístas”.

Quando nos deparamos com pessoas egoístas devemos entender que elas estão cumprindo o programa genético para o qual foram programados.

A partir do momento que desenvolvemos a linguagem e tomamos conhecimento das leis, passamos a usar máscaras sociais que fazem com que essa característica egoísta seja driblada pois desejamos nos proteger dos julgamentos, queremos passar despercebidos, e evitar as condenações sociais.

Mas o fato é que todos somos egoístas quando queremos preservar a nossa vida, a nossa imagem, a nossa família, ou seja, os nossos interesses.

O verniz social, ações que nos fazem brilhar no palco da vida, exige uma camada de altruísmo, que tenta esconder a superfície do egoísmo. Mas há sempre um pensamento que nos leva a agir pelo outro pensando em nós mesmos.

A generosidade é exaltada, mas podemos perceber nos mínimos atos de caridade que somos egoístas mesmo quando somos altruístas. Fazemos o bem sem olhar a quem para que sejamos vistos socialmente com outros olhos, ou para que nos sintamos bem com a gente mesmo.

*Foto de Jacob Townsend no Unsplash

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.