A especialidade da pessoa infeliz é relatar o que existe de errado no outro, essa é uma forma de mostrar e tentar amenizar a frustração de ainda não ter conseguido revelar o melhor de si.

Devemos ter a necessidade diária de recrutar forças para selar o nosso compromisso com a bondade. Porque é muito fácil se desviar e se perder em uma vida infeliz nos dias de hoje.

Por não ter conseguido se reconciliar com as culpas que carrega, a pessoa infeliz ocupa em maldizer os outros. Mas não devemos culpabilizar o outro, devemos diariamente zelar, para que não nos transformemos em uma pessoa infeliz, e é bem por isso que temos que buscar nos conectar diariamente com a bondade que nos manterá felizes.

Em todas as religiões existem fiéis infelizes, que trabalham constantemente a religiosidade, mas não, a espiritualidade, todos nós já fomos esses fiéis muitas vezes, e hipocritamente ficamos pregando um discurso que não condiz com a forma como agimos diariamente.

Também por isso é preciso zelar diariamente!

Zelar pelas coisas que saem da boca, que saem nas letras, nas mensagens, nos comentários, e sobretudo, nas críticas.

Padre Fábio de Melo alertou certa vez que o desafio de lidar com pessoas infelizes será diário, mas que não somos obrigados a receber o lixo dos outros.

Sim, existem pessoas que possuem o prazer de derramar sua insatisfação, sua tristeza, ou esfregar sua alegria em tudo que fala ou escreve.

Porque uma coisa é você discordar, outra coisa, é você ofender.

Quando você diz: Isso é idiota!

Isso não é discordar, isso é agressão psicológica!

Discordar é expressar uma opinião com uma sugestão embutida, com um argumento coerente, é não ter a intenção apenas de diminuir o outro, é emitir uma fala que não tire a motivação e a alegria do outro, mas que o faça pensar e o ajude a desenvolver um olhar crítico que o dê condições de analisar e questionar as suas próprias certezas.

Jogar apenas o lixo que existe em nós no outro, não nos cura.

Precisamos pensar no por que temos a necessidade de atacar aqueles que atacamos, esse questionamento é essencial para que possamos alcançar a tal bondade que nos tornará felizes.

Por que nos sentimos bem quando estamos perto de pessoas verdadeiramente felizes?

Porque pessoas verdadeiramente felizes não possuem necessidade em proliferar críticas destrutivas, elas sempre estão a postos para motivar e ensinar o caminho da felicidade para os outros, e isso não tem preço!

Pessoas felizes não obrigam ninguém a nada, não discordam apenas para espezinhar, não colocam pessoas umas contra as outras, não cobram amor, não impõe suas vontades, não manipulam e não exigem.

Por outro lado, pessoas que querem passar uma falsa imagem de felicidade, mesmo que pareçam felizes por fora e até acreditam ser felizes, em certos momentos, Deus ou seu próprio interior revela o quão doente está o seu coração e a sua mente.

E repito, mesmo que escondam isso de tudo e de todos, uma hora essa escuridão aparece, e se revela prejudicial tanto para si quanto para o outro, por tanto, não funciona esconder.

Para acessarmos a bondade em nós, devemos apontar nossos próprios defeitos diariamente porque só assim conseguiremos iluminar essas questões internas que estão obscuras. Afirmo que se sentirá bem melhor depois disso, bem melhor do que como você se sente quando aponta os defeitos ou revela onde os outros estão errando, afirmando que só quer ajudar.

Quando apontamos a dor do outro e a deixamos evidente, estamos dizendo que fazemos isso para o bem do outro, mas na verdade, estamos fazendo isso para o nosso bem, para provarmos para nós que o outro é pior! Que o outro erra, isso ameniza o nosso erro, mas apenas na nossa cabeça egoísta.

Porque todos nós já fomos egoístas um dia, mas para o infeliz crônico, criticar, humilhar, ofender é um alimento, isso o vitaliza, o fortalece, por pouco tempo, mas fortalece. Provocar uma instabilidade na felicidade do outro é o seu maior prêmio. Mesmo que seja um ato inconsciente. Ele trabalha e corrobora para forças negativas.

Mas para uma pessoa que sente a felicidade e a vivencia constantemente, quando ela se vê na situação de relatar o que há de errado no outro, ela instantaneamente se vê no outro, enxerga seus defeitos e para, volta o seu olhar para si, e percebe o ápice do seu egoísmo, e se recolhe a sua intimidade, para poder iluminar essa questão que a está desequilibrando.

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Assim, ela volta a se sentir feliz, e a trabalhar a culpa que vêem depois logo após agredir, mesmo que verbalmente, alguém.

Só conseguimos superar a culpa que sentimos quando desalinhamos o equilíbrio de alguém quando paramos de perguntar o por que o outro é como é. E apenas o aceitamos com a missão e com a vida que ele escolheu. Quando paramos de perguntar e de querer que o outro viva a nossa maneira, quando paramos de mostrar nosso descontentamento, a consolação vem, e a vida sorri, os outros sorriem, e a compensação vem!

Também por isso Gandhi um dia disse: ” Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Mude você! Mude os defeitos que você tem e que atrapalham muitos diariamente, que desestabilizam outros tantos que você diz amar!

Não acorrente ninguém ao seu sofrimento, porque aqueles que te amam sofrem porque você está sofrendo.

Chore no seu intimo, se recupere também nele, mas não pese a vida dos outros com a sua infelicidade, porque essa infelicidade, tem que ser a causa de um ensinamento que só quem está infeliz pode aprender.

A incapacidade de administrar as próprias feridas internas, a imaturidade espiritual, encarnar a vítima como quem se coloca no papel de mártir da vida, o faz nocivo para quem se aproxima e quando se aproximam.

Não devemos querer saber o que a vida fez com os infelizes, devemos querer saber o que os infelizes fizeram com as suas vidas, e quais lições tiraram das marcas que ficaram. Porque as lições que recebem diariamente, se forem acolhidas e aprendidas, os transformarão, automaticamente, em pessoas verdadeiramente felizes.

Padre Fábio de Melo diria: “É desafio para gigantes”. E nós somos!









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