A culpa foi minha por idealizar tanto. Tanto eu tinha para viver ao teu lado…Tanta coisa pra dizer. Agora com o coração em pedaços, preciso tratar de me refazer.

Me refazer de tantos planos frustrados, de tantos lindos sonhos friamente assassinados. Tanto amor desperdiçado, e tanto amor ainda por fazer…tanto abraço guardado, que nunca mais irei dar em você. Me dói tanto que eu não consigo sequer expressar.

Como eu gostaria de arrancar meu coração e jogá-lo em alto mar, com certeza doeria menos do que a tua indiferença.
Antes um tubarão faminto para o devorar, do que essa saudade que me mata lentamente, segundo a segundo, dia após dia.

Não quero guardar lembrança alguma de nós dois, não quero lembrar do quanto loucamente nos amamos nessa vida. Não faço questão de guardar recordações bonitas dos dias felizes. Quero esconder as feridas. Deixe meus dias cinza…as cortinas estão fechadas mesmo, não faz diferença alguma.

Como eu quis você! Mais do que criança atrás do bolo de chocolate da festa de aniversário, mais do que qualquer pessoa já ousou querer alguém.

Mal sabia eu que esse querer se tornaria meu calvário e que logo em breve eu deixaria de ser seu bem…

Entreguei…entreguei tudo que tinha e mais. Mas, não fui capaz de te fazer ficar. O seu medo e despreparo perante a vida, falou mais alto… só me resta lamentar.

Que péssima escolha você fez por nós dois. Me condenando à solidão. Espero que você nunca se arrependa, porque não terá mais volta, não.

Vou tratar de te enterrar, para todo o sempre.

Vou doar tudo que seja seu, apagar qualquer vestígio da tua existência no meu computador, para ver se assim, quem sabe, não consiga também apagar um pouco desse amor.

Vou rasgar tuas fotos; jogar fora e me mudar. Para qualquer lugar onde eu pare de te ver em todo canto, onde possa cessar meu pranto, onde o “nós” não exista.

Pensando bem, preciso me mudar de mim.

Já que eu me abandonei para te acolher aqui dentro, e me fiz escrava do meu próprio sentimento, do qual não pareço querer me alforriar…

Mas a culpa é toda minha, admito. Que ignorei os sinais tão claros, passei por cima dos teus erros e acreditei que você pudesse mudar.

Confiei no teu choro, baixei a guarda pra te dar consolo e agora, quem é que vai me consolar?

Você me vira as costas, ainda jurando amor, mas dizendo que não pode ficar. O que fica, é uma enorme interrogação, massacrando meu coração e me inundando de tristeza.

A culpa foi minha, que quis fazer de ti um homem, sem me ater às tuas limitações. Que projetei em cima de você todas as minhas expectativas. Que tracei todo um futuro sem prestar atenção ao presente.

A culpa foi minha, que te idealizei muito além da realidade; que não quis, de jeito nenhum, admitir a verdade, que construí a minha vida em cima da tua, sem ao menos perguntar se você poderia aguentar.

A culpa foi minha, que te arrastei pelos braços quando era nítido que você queria ficar.

Minha culpa, por te colocar de co-autor dos meus sonhos, os quais você nunca disse que iria sonhar.

A culpa é toda minha, por nunca ter me contentado com o pouco que você podia me dar.

Por ter insistido tanto em reticências, enquanto você já tinha virado a página.

Eu deveria ter ficado quieta no meu lugar…

Culpa minha, que tenho essa mania boba de seguir a emoção e a razão ignorar.

Mais uma vez você se vai, como um furacão, deixando tudo dentro de mim fora de lugar…

Mas não se preocupe não, a culpa foi minha , deixe que a minha bagunça, só eu mesma posso arrumar.









"Mãe, mulher, geminiana, maluca e uma eterna sonhadora!"